Por Jéssica Carvalho
A vida tem passado com radiante velocidade.
Anda difícil acompanhar a pressa dos dias. Há uma real sensação de incapacidade de realizar tudo o que é necessário no tempo proposto…
Fato é que as palavras não acompanharam esta fugacidade… Elas ainda não nascem com a mesma precisão de outrora…
Talvez as necessárias reflexões renderam-se à falta de tempo…
Mas agora é o momento reservado para tentar esboçar o que ainda está no silencioso recôndito da alma…
Coisas e causas desorganizadas, sentimentos fragilizados, orfandades, cansaço que quis ser subterfúgio para a bagunça… Sensações aparentemente comuns a uma vida que não tem gastado tempo para ouvir o coração…
Entretanto, eis que em meio aos desassossegos da alma, o tempo continua a reinar…
Corajosamente nasce uma busca incessante pela paz, pela organização, pela cura, pelo cuidado com a vida, por abrir mão das mesquinharias, por não desperdiçar o que já é curto…
Uma necessária tentativa de vencer as contrariedades da alma, de decifrar o que está nebuloso, de expor em detalhes aquilo que teima em ficar escondido…
Agora, sem pressas, se faz precioso romper com os cativeiros, angústias, desabrigar o medo, e aprender a esperar…
É a vida passando pelo período de maturação. É a vida passando pelas dores da poda. É a vida se preparando para florescer.
A beleza de tudo é saber que o tempo que corre, também é o tempo que ajuda a organizar sentimentos, que fortalece… É o tempo que honra as esperas…
O tempo cuida e cura aqueles que manifestam a intenção de usufruí-lo por completo. O tempo ajuda a aquietar o coração, a tornar a alma mais leve…
Talvez a vida esteja passando no tempo e na forma que precisa passar…
Não se sabe o que passa no íntimo de cada ser. Talvez o processo de organização da vida seja uma passagem muito mais lenta para alguns… Mas, aceitá-lo e acompanhá-lo, faz-se esplendoroso, urgente, necessário…
Sabe-se somente, que tudo tem o seu tempo… Tudo! Também é certo, que os dias continuarão correndo, voando… Tudo passa… É a vida… É o tempo… Não dá para parar.
Imperioso se faz acolher, sem medo, as novidades do tempo… E ele sempre as proporciona!
Que no tempo de hoje, tenhamos força para modificar o que ainda não deu certo, de nos adequar aos movimentos do tempo, de renovar sonhos. Que tenhamos paciência, que saibamos olhar a vida devagar, apreciar os detalhes, retirar excessos. Que vivamos cada dia como se último fosse. Que a nossa única pressa seja a de ser feliz. Que saibamos esperar o tempo de tudo. Que possamos aspirar as novidades da vida.
É a vida… É o tempo…
É sempre tempo de florescer!
Sobre a autora:
Jéssica Carvalho é advogada, pós-graduanda em direito material e processual do trabalho pelo Unisal. Ocupa a cadeira de n° 02 na Academia Jovem de Letras de Lorena, cujo patrono é Padre Antonio Lages de Magalhães. É cheia de sonhos e ama se aventurar pelo mundo sublime das palavras: aquilo que está na mente e no coração torna-se eterno quando é cuidadosamente exposto em uma folha de papel. jessyca-carvalho@hotmail.com
Espaço reservado às produções dos acadêmicos da Academia Jovem de Letras de Lorena. Membros da AJLL: Beatriz Neves, Camila Loricchio, Danilo Passos, Gabriela Costa, Gustavo Alves, Gustavo Diaz, Heron Santiago, Isnaldi Souza, Jéssica Carvalho, João Palhuca, Julia Pinheiro, Lelienne Ferreira, Lucca Ferri, Samira Tito, Thiago Oliveira, Vânia Alves e Wagner Ribeiro.
Por Wagner Ribeiro Ultimamente eu tenho estudado muito as variedades de coisas que encontrei na internet. Lembro quando eu era pequeno (“pequeno” no sentido de estar na fase entre oito […]
Por Heron de Freitas Santiago Acredito nas coisas simples da vida como ferramentas evolutivas. Creio em ouvir música alta no carro com os vidros abertos. Creio em gritar tal música […]
Por Isnaldi Rodrigues de Souza Filho Decidi ser poeta Não por ser um amante da natureza Decidi ser poeta Não por ter o hábito de me perder à noite Nas […]
Por Vânia Alves Em visita a uma amiga gestante, o assunto surgiu. Em meio às mudanças físicas típicas da gravidez, acontecem também mudanças “físicas” na casa, para acolher a criança […]
Por Lucca Ferri Desde pequenininho minha mãe me repete isso – não tive como não aprender. É de se refletir, entretanto, a abrangência significativa e envolvente que a expressão revela. […]
Por Thiago José de Souza Oliveira Ao toque do terceiro sinal, as atenções se voltam todas para uma mesma vertente. O palco se ilumina e a baixa voz vai tomando […]
Por Gustavo Andrés Diaz No clima frio, as gotas de chuva escorriam pela janela, suaves. A luz rarefeita entrava no cômodo aos poucos. O vi se acomodar na cama, olhando […]