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COLUNISTAS / É isso

Notas e canções

09/03/2021

Por José Aurélio Pereira

O entendimento do Ministro Fachin de tornar nulas as decisões do foro curitibano e de transferir o julgamento do ex-presidente para Brasília não só ressuscitou o Lulismo e o petismo. Fez a polarização entre direita e esquerda ressurgir como uma fênix.

A fênix é uma ave mitológica que morre e ressurge das cinzas. Neste espectro, o centro permanece. Também ressurgiu com um Bolsonaro questionado por decisões supostamente equivocadas e por proteger indevidamente familiares.

A decisão de ontem tirou o sono de muita gente. Desanimou uns, animou outros – parecia jogo de futebol estrelado por times grandes e de torcidas rivais. As redes sociais pipocaram com textos de comemoração e de indignação.

O Brasil e suas incertezas está mais vivo do que nunca, dançando uma nova canção, composta com as mesmas notas.

Li que “figurinha repetida não preenche álbum”. A pessoa que escreveu queria dizer que Lula sempre foi peça chave do contexto eleitoral de 2022. Limpar a ficha dele para torná-lo elegível não seria novidade.

Lula reaparece mais forte? Não. A força eleitoral dele é – e sempre foi – indiscutível.

O centrão perde com a volta de um cenário polarizado? Não. O centrão existe, nunca deixou de existir. Está firme aí, como quem já tomou as duas doses da vacina.

O que muda um dia depois da decisão do Supremo é que temos lados. Não um, nem dois. Temos três lados.

Bom para Bolsonaro. Agora parte dos adeptos do centrão preferirão Lula e seu legado – centro e esquerda divididos contra o bolsonarismo. Porque para quem gosta, o atual mandatário continua no páreo para 2022.

Vamos continuar ouvindo a música para sabermos o fim dela. Ou outra composição com as mesmas notas.

E assim caminha um Brasil que requenta notícias e enxuga o gelo; que tenta crescer e não consegue; que carece de bons líderes. Usemos, como sempre, a criatividade para seguirmos adiante, enfrentando as adversidades cotidianas.

Sigamos acreditando. E acreditando. Não sete, mas setenta vezes sete. A esperança é a última que morre. A chave que abre a porta é a última a ser escolhida do molho. É isso.

 

 

COLUNISTAS / Jose Aurelio

José Aurélio Pereira é jornalista, professor universitário e mestre em Comunicação. Atua em Lorena como empresário, no setor da Educação.


aurelio@wizardlorena.com.br

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