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Faleceu o Almirante Domingos Savio, lorenense

09/04/2024

Por João Bosco Pereira de Oliveira – Paçoca, seu grande amigo

Faleceu nesta madrugada de terça-feira, 10 de abril de 2024, o Domingos Savio Almeida Nogueira, lorenense, Almirante da Marinha do Brasil, que fundou comigo o Grupo Escoteiro Guaypacaré, de Lorena.

No escotismo, foi presidente da Assembléia do CCME (Centro Cultural do Movimento Escoteiro) do Brasil, no Rio de Janeiro.

Em sua brilhante carreira militar na Marinha, foi super condecorado aqui na sua pátria e em vários países. Destacou-se também por anos, lado a lado com o presidente da República, acompanhando o chefe da nação em todas as viagens mundo afora, cuidando da segurança institucional da maior autoridade do Brasil.

Nasceu em Lorena, em 2 de setembro de 1955. Faleceu aos 68 anos. Estudou o primário no “Gabriel Prestes”, o ginasial e o colegial no “Arnolfo Azevedo”, donde ingressou no Colégio Naval, em Angra dos Reis-RJ, em 1o de março de 1973, graduando-se “guarda-marinha” em 13 de dezembro de 1978.

Seu pai era o querido “Seu” Zezinho Nogueira, farmacêutico da Farmácia Dom Bosco, mas, antes, aposentado da Fábrica Presidente Vargas, de Piquete.

Sua mãe era a piedosa Sra. Maria Auxiliadora de Almeida Nogueira, falecida em 9 de setembro de 2019. Dona Auxiliadora era exemplarmente católica devota e participava dinamicamente das atividades pastorais da Catedral de Nossa Senhora da Piedade.

Essa fé contagiante ela transmitiu ao Domingos Savio, que também era católico fervoroso, participante enérgico e dinâmico das atividades religiosas.

Há alguns anos, perdeu a esposa Vera Lúcia Fátima Mendes Nogueira, com quem tinha três filhos: Leonardo, Lisandro e Laise. 

Em seu último meio ano de vida, viveu ao lado de sua segunda esposa, Celia Ferraz, com quem foi muito feliz.

Suas três irmãs são muito conhecidas e queridas na comunidade lorenense: Águeda, Maria Angélica e Marineide. E seus muitos sobrinhos também choram hoje a morte do querido tio.

Foi ele, um lorenense ilustre, quem comandou a frota que levou as tropas e armamentos brasileiros ao Haiti, na missão de paz da ONU.

Comandou por anos a Amazônia e seu trabalho naquela famosa região, cobiçada pelo mundo inteiro. Foi tão marcante que, além de ser homenageado com comendas, diplomas e medalhas, recebeu do governador o título de “Cidadão do Estado do Amazonas”. Lá, trabalhou muito com os indígenas, ampliou a frota de navios-hospitais e atuou marcantemente no aspecto estratégico de defesa da Marinha na Amazônia.

Foi autor de um importante livro, intitulado “A Marinha na Amazônia Ocidental”, que mereceu do Almirante Comandante da Marinha o elogio: “A obra do Almirante Savio mostra as peculiaridades das atividades da força naval na vasta região amazônica. É por meio das ‘estradas d’água’, por onde navegam desde os indígenas e o humilde povo ribeirinho em canoas até os grandes navios mercantes, que a Marinha se faz presente, diuturnamente, na defesa do país e em atividades de caráter humanitário, como conta e mostra o Almirante Savio nesta sua maravilhosa e inefável  obra”.

O Almirante Savio era, ainda, destacado diretor da Procuradoria Especial da Marinha do Brasil. Brilhou na Comissão Naval do Brasil, em Washington, Estados Unidos. Foi chefe do gabinete do Comandante da Marinha do Brasil; diretor de Comunicação Social da Marinha; dentre outras importantes funções.

Comandou muitos navios renomados, fragatas, varredores, de instrução, rebocadores, de desembarque… E também foi comandante de inúmeros distritos e operações navais.

O rol de condecorações do lorenense Almirante Savio é enorme, nos vários estados do Brasil, e em muitos países do mundo.

Domingos Savio e eu fomos colegas de classe na escola, desde os últimos anos primários. Depois, por quase 10 anos, no Cene “Arnolfo Azevedo”.

Em 1968, há 56 anos, convidei o Domingos Savio para fundar comigo e com o Eduardo Vidinha, o Grupo Escoteiro Guaypacaré, que nos primeiros anos funcionava só com nós 3, à beira do ribeirão Taboão, junto ao pontilhão dos trens.

O escoteiro Savio – que tornou-se Almirante – escrevia toda semana, com sua letra, as atas das reuniões, preparando a oficialização do Grupo Guaypacaré, o que só ocorreu em fins de 1971.

Este livro de atas de anos de reuniões de só 3 escoteiros, com a letra do Almirante Savio, menino de 13 anos, está preservado historicamente comigo, como uma relíquia, preciosidade.

A despedida está acontecendo em São Paulo, onde o falecimento ocorreu. Na tarde desta terça-feira, 9 de abril, o corpo vem para Lorena, para cerimônia de despedida na igreja do Lar São José. O sepultamento será realizado na manhã de quarta-feira, às 11h, no Cemitério Municipal. 

Adeus, meu amigo! Foi uma grande honra fazer parte da sua vida e saber que compartilhamos tanto amor, amizade e sentimentos sinceros. Que Deus o receba na morada eterna e até breve…

FOTOS HISTÓRICAS: 

Os 3 meninos de 13 anos, fundadores do Grupo Escoteiro Guaypacaré: Bosco (Paçoca), Domingos Savio e Eduardo Vidinha, em 5 de outubro de 1969, em frente à Basílica Velha de Aparecida.

E os mesmos 3 meninos, 50 anos depois, em 5 de outubro de 2019, agora já homens formados, chefes de família e bons profissionais.

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