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Grupo de Canto do Projeto Guri de Lorena é referência em todo o Estado

25/09/2015
Espetáculo Lendas Amazônicas, do qual todos os alunos citados participaram. Foto: divulgação
Soprano, barítono, vocalista de uma banda de rock. Todas são facetas de um mesmo profissional que transmite a mensagem de uma canção. Por sua importância no meio musical, criou-se um dia dedicado a ele: 27 de setembro, o Dia do Cantor.
A Lei Nº 3.857, de 22/12/1960, criou a Ordem dos Músicos do Brasil e regulamentou a profissão. De acordo com a Lei, cabe privativamente ao cantor realizar recitais individuais; participar como solista de orquestras sinfônicas ou populares, participar de espetáculos de ópera ou operetas, participar de conjuntos corais ou folclóricos, e até lecionar.
Muitos cantores famosos fizeram história e, atualmente, muitos fazem sucesso no país e fora dele. Há, no entanto, inúmeros outros que ainda não são conhecidos pela grande massa popular, mas que têm grande importância para disseminar a atividade e estimular o gosto pela música, no país.
É o caso de Ronald Esteferson. Com 21 anos, é educador de canto coral do Projeto Guri em Guaratinguetá e Aparecida. Músico desde os 13, quando entrou na fanfarra de Guaratinguetá, tocando cornetão, Ronald fez do canto seu principal hobby e, hoje, uma profissão. Estuda licenciatura em Música na Faculdade Santa Cecilia, em Pindamonhangaba, e faz parte do Grupo de Referência do Projeto Guri em Lorena (formação de canto coral do Programa de Educação Musical, que concentra os alunos de desempenho mais avançado na cidade de Lorena e municípios da região de São José dos Campos). “Eu sempre adorei música, tenho uma banda de rock até hoje, mas vi que além de tocar, meu interesse é ensinar. Fazendo aulas no Grupo de Referência de Lorena do Guri, percebi a importância de passar conhecimento. Gosto de aprender e gosto de aprender a ensinar”, comenta ele.

Desde 2012, Ronald atua no grupo como aprendiz, responsável por auxiliar o educador nos ensaios.  Com o Grupo de Referência de Lorena, participou do espetáculo cênico musical “Lendas Amazônicas” – idealizado pelo Projeto Guri e pelo coordenador artístico pedagógico do Projeto, Aimar Santinho –, que foi encenado em Campinas (Teatro do Sesi) e São Paulo (Theatro São Pedro e Sala São Paulo). Hoje, pensa em continuar como educador no interior, especialmente na região do Vale do Paraíba, para fomentar a cultura local e fortalecer a importância da música e do canto na região. “Minha ideia é estimular crianças da região e criar projetos novos que multipliquem a cultura, o conhecimento, o desenvolvimento humano”, completa.
Isabella Camila Domingos Santos, de 19 anos, é outra jovem do Grupo de Referência do Guri de Lorena que pretende seguir a carreira de cantora e tornar-se educadora de canto coral. Está no Guri desde os 14 anos, quando iniciou os estudos no polo de ensino de Guaratinguetá, com aulas de canto coral e violoncelo. Em 2012, ingressou no Grupo de Referência de Lorena e também participou do espetáculo “Lendas Amazônicas”.  Com uma família de músicos, Isabella canta desde pequena na igreja e sempre foi apaixonada por coro. Hoje, a soprano, além do Projeto Guri, estuda canto coral no Conservatório Fego Camargo, em Taubaté. “Gostaria de ser educadora do Guri e penso também, no futuro, em fazer parte da Osesp ou ir para o Conservatório de Buenos Aires. Acredito que um educador é uma porta para estimular o aprendizado e o gosto pela música. Não penso em sair desta área”, diz Isabella.
 
Outro colega de Isabella e Ronald no Grupo de Referência do Guri de Lorena, Lucas Lima, natural de Piquete, está no grupo desde 2014. Antes, fazia aulas de violão e coral no polo de ensino em Piquete. Lucas participa do Provim, obra social dos salesianos do município. Ao contrário de seus amigos do Guri, quer ser seminarista e ensinar as crianças da igreja a cantar. Hoje, com 20 anos, também faz teatro na igreja. “No Guri, aprendi técnicas e história da música, o que será muito importante também para o meu futuro”, avalia ele.
 
Segundo, Aimar Noronha Santinho, coordenador artístico pedagógico do Projeto Guri, o canto é o primeiro instrumento musical existente e possivelmente a primeira manifestação musical da humanidade. “Todos os instrumentos que hoje conhecemos nasceram para imitar a voz humana e todos os sons da natureza. O cantor, por meio de sua voz, é a expressão mais autêntica da nossa música interior”, afirma.
 
“Antes de mais nada, temos que pensar que um cantor é um ser humano por excelência, o cantor é o seu próprio instrumento. Ser um cantor é ser, antes de mais nada, um músico, pois a música tem que ser sua máxima expressão artística”, completa. 
 
Santinho dá algumas dicas para quem quer ser um cantor: é preciso dedicação, estudo, ter curiosidade em tudo o que envolve o desenvolvimento artístico e humano, cuidado com seu corpo e seu aparato vocal. Deve sempre se apoiar em professores que tenham referências vocais, musicais e profissionais. O artista, neste caso o cantor, deve viver por completo sua arte, fazer com que ela seja instrumento para tocar o coração dele próprio e daqueles que a possam desfrutar. 

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