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COLUNISTAS / Coisas da vida

A não singularidade da verdade

18/03/2016

Você já parou para pensar que desde que nasce, já nasce em um molde?

Um molde pré fabricado pela sociedade e do qual não te perguntam se está confortável, se está adequado ou de acordo com suas convicções nem nada? Simplesmente te vestem esse molde.

Estar vestido com esse molde significa se sujeitar às regras, às convenções, às normas comportamentais e muitas vezes estar engessado. Você nasce com uma linha do tempo pré desenhada, do tipo: tem que aprender a andar, falar, estudar, passar de ano, continuar estudando, escolher uma profissão, se dar bem nela, ser bem sucedido, namorar, casar, ter filhos, ter bens, viver feliz para sempre.

E se você resolve sair desse gesso? Desse molde?

Se, por exemplo, decide que não quer estudar? Não quer fazer faculdade. Não quer trabalhar ou ter uma profissão? Não quer casar? Quer ser solteiro para sempre.

Ou se decide que casou, mas não quer ter filhos? Imagina a transgressão que isso significa…

Viver fora dos padrões. Fora da verdade pré estabelecida.

E se a sua verdade for diferente da do outro?

E se você for diferente do outro?

Por que a verdade de alguém tem que ser também a sua?

Por que algo que é bom para alguém tem que ser bom também para você?

Será mesmo que existe uma fórmula perfeita de se levar a vida?

Será que sua fórmula perfeita é a mesma minha?

Será que se você escolheu ser magro, eu também tenho que ser?

Se escolheu casar e constituir uma família feliz e perfeita, eu também tenho que fazê-lo?

Se escolheu morrer de trabalhar e ganhar muito dinheiro, eu também tenho que escolher?

Será que não posso decidir tudo diferente?

Por exemplo, sendo gordo ao invés de magro, sedentário ao invés de ativo, viver com pouco ao invés de ser rico, não ter filhos ao invés de tê-los? Isso significa que um de nós é mais feliz que o outro? Isso significa que a vida de um de nós é a correta e a outra está errada? Sua verdade tem mesmo que ser a minha?

Não, meus caros, nossas verdades nunca serão as mesmas… Nós somos todos muito diferentes e nunca funcionaremos da mesma maneira.

Uma das situações que mais me marcaram na vida foi quando eu e uma amiga querida e um tanto parecida comigo em alguns pensamentos e sentimentos, falávamos sobre um sujeito. Ele tem o rosto todinho tatuado, de maneira que choca, estava em um baile, louco de feliz, tomando sua cervejinha, dançando sozinho, vestido de maneira estranha, mas sem fazer mal a ninguém… esse maluco é o típico maluco beleza, maluco do bem. Não faz mal aos outros. E eu falei pra minha amiga:

– Como pode o cara ser tão doido?

E ela respondeu:

– Aline, ele só encontrou um jeito de ser feliz.

E daí eu me pergunto: tem jeito de ser feliz?

Tem, tem sim… E esse jeito é o que você escolheu pra você, é o seu jeito.

Portanto, sem se importar com julgamentos, com quebra de moldes e com regras pré estabelecidas, só vá lá e seja feliz. Encontre o seu jeito!

COLUNISTAS / Aline Castro Machado

Aline de Castro Machado é advogada há 18 anos, mãe de Bruno Machado, jornalista, e além de profissional, uma mulher em busca constante de novos desafios. Sente necessidade de refletir para tentar se autoconhecer e ao menos tentar conhecer melhor esse ser tão complexo que é o ser humano.
Apaixonada por um texto de Aina Cruz, intitulado “Teoria das pessoas complexas”, cujos trechos preferidos são: “É um tipo de gente que não sabe comer a vida pelas bordas e já enfia a colher, com tudo, no meio da sopa. Arriscam queimar a língua, porque sabem que se queimar passa… Mas para uma pessoa complexa, é a morte levar a vida a acomodar-se. Fazer as coisas porque vai ser mais confortável ou socialmente aprovado. Não se trata de rebeldia, nem de originalidade. É apenas que um coração complexo pulsa em arritmia, tem um compasso diferente… Essa gente complexa detesta assuntos burocráticos, relações burocráticas, protocolos, regras sociais… Assim, vivem cada dia como se fosse o único, como se fosse o último… Gente complexa tem alma de poeta mesmo quando nunca escreveu sequer um verso”.


alinecmachado@uol.com.br

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