A lua passou à frente do sol no domingo de carnaval e pudemos ver a imagem de uma mordida em nossa estrela, desde que usando os devidos aparatos para proteger os olhos. Eclipses são fenômenos astronômicos dos mais comuns, mas é sempre instigante admirá-los. Um jornal de Campinas, cidade que possui um importante observatório astronômico, arriscou dizer que a sombra de nosso satélite se projetou no sol, um evidente equívoco. No eclipse lunar sim, é a sombra da Terra que se lança sobre a lua. Sempre é um alinhamento de três corpos, no qual o sol estará em uma das pontas e a Terra (eclipse solar) ou a lua (eclipse lunar) estará na outra.
Não chegou a ficar escuro, mas houve tempos em que tais fenômenos eram associados a deuses, maus presságios e outras crenças inventadas para suportarmos nossa efêmera condição humana. Ocultávamos a verdade por desconhecê-la, mais do que apropriação do conhecimento como forma de poder. Bem, pelo menos por um tempo, pois o conhecimento – ou a falta dele – se transformou em excelente meio de dominação e subjugação de povos e pessoas.
As pesquisas mostram que as pessoas acreditam mais no que está solto na internet do que nos documentos e compêndios sobre diferentes assuntos. Textos com mais de três linhas pouco são lidos e a sociedade atual se diz da informação. Agora o dono do Facebook revela um plano bem arquitetado para transformar sua ferramenta em fonte exclusiva da informação e determinante do comportamento das pessoas, ignorando individualidades, acaso e opiniões divergentes para a construção de sociedades democráticas. Aquilo que se via e se lia apenas em obras de ficção científica parece estar tomando forma. Era mais divertido.







