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Tempo

08/06/2016

Texto de “popularização da ciência”
Por José Roberto Lopes

“Uma ilusão. A distinção entre passado, presente e futuro não passa de uma firme e persistente ilusão”. (Albert Einstein)

“És um dos deuses mais lindos”, dizia sobre o tempo Caetano Veloso, em sua proverbial baianidade, mas definir o tempo, definir o que é o tempo… é uma tarefa difícil, muito difícil, senão impossível… Filósofos, físicos, matemáticos e pessoas de um modo geral e ao longo da história têm se debruçado sobre o assunto, sem jamais chegar a consenso algum e, portanto não serei eu a me lançar nesta tresloucada aventura. Contudo, acredito que possa vir a ser interessante fazermos alguns comentários sobre o tempo.

Convido, pois, o amável leitor a abrir as asas da mente e voar comigo neste breve texto, neste breve espaço de tempo, mergulhando breve e rasamente, embora, eu espero, de maneira interessante, neste assunto inesgotável.

Os antigos gregos acreditavam que o tempo é como um rio que flui em direção ao futuro. O tempo é percebido de maneira diferente por diferentes espécies de animais e, mesmo entre seres humanos, a percepção não guarda identidade (quem paga uma mensalidade e recebe salário, talvez possa perceber do que estou falando). Evidentemente que, quando falamos no tempo, forçosamente iremos nos lembrar da física.

A maneira como o tempo era percebido pelos físicos e pelas pessoas de um modo geral se alterou drasticamente, quando o genial Albert Einstein mostrou de maneira inequívoca que o tempo está intimamente ligado ao espaço, formando uma estrutura que permeia o universo e a que conhecemos como espaço-tempo.

Einstein se utilizou das transformações de Lorentz em substituição à transformação de Galileu da física newtoniana (que assumia espaço e tempo absolutos), para formular a sua teoria da relatividade especial, onde demonstra que as medidas de espaço e tempo de dois observadores se alteram em cada sistema de referência. Elas refletem o fato de que observadores se movendo com velocidades diferentes medem diferentes valores de distância, tempo e, em alguns casos, alterando a ordenação de eventos; e alterando, consequentemente, o conceito de simultaneidade.

Não existe nenhuma proibição teórica ou matemática para que o tempo possa andar para trás, mas na prática, tal comportamento ainda não foi verificado, considerando o aumento contínuo da entropia (o leite se mistura com o café em uma xícara, mas o leite não se separa do café).

A física quântica lida com o tempo de uma maneira ainda mais, digamos, estranha; o físico alemão Werner Heisenberg formulou o chamado “O Princípio da Incerteza”, que é baseado no fato de não se saber qual o deslocamento exato feito pelas partículas, o que impede a definição da sua localização no espaço, o trajeto percorrido, o tempo determinado, além da direção e do sentido.

O assunto, nesta coluna, fica por aqui, amável leitor, mas o tempo não para… Ou para?

José Roberto Lopes é membro fundador da Allarte e ocupa a cadeira nº 5, que tem como patrono Carlos Drummond de Andrade

COLUNISTAS / Allarte

A Allarte (Academia Lorenense de Letras e Artes), fundada no dia 24 de setembro de 2014, tem como objetivos: acolher em seu seio valores literários e artísticos, resgatar a história de nossa cidade, apoiar e desenvolver o culto das letras, das artes e do intelecto, valorizar escritores e artistas locais exaltando pessoas e datas significativas, promover a defesa da língua, dos valores morais e éticos que fundamentam a civilização ocidental e a formação brasileira.


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