Por Vânia Alves
Ao participar da cobertura da II Jornada Literária do Vale Histórico, realizada entre 30 de setembro e 3 de outubro de 2014, nas cidades de Lorena e Guaratinguetá, tomei conhecimento desta iniciativa que considero muito pertinente, senão urgente, e por isso faço uso da coluna para divulgação: a campanha pela elaboração do Plano Municipal do Livro, Leitura, Literatura e Biblioteca – PMLLLB.
O PMLLLB visa engajar gestores públicos, organizações da sociedade civil e a comunidade na criação de políticas com metas claras para a formação de leitores. Tornar o livro um hábito cotidiano dos moradores. Converter os bairros em centros de vivência coletiva.
Em seu escopo, devem ser previstos todos os recursos humanos e financeiros, bem como meios de garantir o livre acesso aos livros por toda a população e de integrar os espaços culturais já existentes (escolas e universidades, bibliotecas, livrarias, centros culturais, entre outros).
Para tanto, é preciso um diagnóstico das atividades literárias no âmbito municipal. Como exemplo, a cidade de Porto Alegre/RS criou um grupo de trabalho que se reúne quinzenalmente para compilar a ações de literatura na cidade e organizar audiências públicas sobre o tema. Já o município de São Paulo/SP possui um site (http://pmlllbsp.com/) que traz a agenda de debates, espaço para contribuições da população e questionários para instituições culturais.
O PMLLLB é um desdobramento do Plano Nacional do Livro e Leitura – PNLL, instituído através da Portaria nº 1.442, de 10/08/2006, em parceria entre os Ministérios da Cultura e da Educação.
É uma importante tentativa de mudança de foco, da mera compra de livros (o governo federal, através do MEC é o maior comprador de livros do país) para o investimento efetivo na formação de leitores que os utilizem.
Nenhuma cidade do Vale do Paraíba iniciou discussões em torno da PMLLLB.
Remonta a 2012 um seminário em Guaratinguetá que apresentou o Plano Nacional do Livro a lideranças regionais incentivando a elaboração dos planos municipais, sem sucesso.
No evento, a saudosa Ruth Guimarães participou da mesa-redonda e advertiu “sobre os riscos de uma cultura – e de uma escola – que não se ocupa de ensinar a pensar, apontando a tecnologia como um instrumento que tem reforçado o trabalho de cópia ao invés do esforço de aprimoramento humano”.
Cabe a nós, cidadãos, garantir que todos tenham a experiência de expandir seu mundo particular ao iniciar a leitura de um livro. Contribua com essa ideia, divulgue as iniciativas na sua comunidade, exija dos órgãos competentes e participe da elaboração do PMLLLB!
Sobre a autora
Vânia Alves é graduada em Engenharia Industrial Química pela EEL-USP e integra a Academia Jovem de Letras de Lorena. Tem interesse pela escrita jornalística e de resenhas, além de se arriscar na poesia e prosa como deleite.
Contato: vaniaoalves@gmail.com
Esse texto é de exclusiva responsabilidade do autor. A AJLL não se responsabiliza pelas possíveis opiniões aqui apresentadas. Respeitamos a criação literária de cada autor, difundindo linguagem literária de linguagem gramatical, em textos que julga ser necessário.







